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33% das companhias temem perder talentos para a concorrência

33% das companhias temem perder talentos para a concorrência

Um ponto positivo é que, comparado ao mesmo período do ano passado, todas as categorias registraram um ligeiro aumento nos níveis de confiança, tanto ao analisar o presente quanto ao pensar no futuro.

Com a metade do ano já passada e, embora a manutenção das incertezas com relação aos cenários político e econômico em âmbito local e global se mantenha, as empresas têm alcançado resultados promissores, mantendo os índices de desemprego em níveis historicamente baixos. Apesar disso, a 28ª edição do Índice de Confiança da Robert Half (ICRH) aponta para o fortalecimento do sentimento de pessimismo no mercado de trabalho qualificado e 33% das companhias temem perder profissionais-chave para a concorrência.

“É importante ressaltar que estamos dentro de uma oscilação estatística e que é necessário analisar os próximos trimestres para identificar tendências mais claras. Por outro lado, em um mundo em constante mudança, é crucial pensar no ciclo que se iniciará. A gestão de pessoas precisa ser proativa para garantir a atração e a retenção de colaboradores talentosos e impulsionar o sucesso da organização”, diz Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.

Além do resultado consolidado, o ICRH também apresenta os indicadores por categoria. A situação atual melhorou apenas na perspectiva da categoria Empregados (+1,5 pp), enquanto Desempregados (-2,6 pp) e Recrutadores (-0,6 pp) apresentaram queda. Em relação à visão dos próximos seis meses, Desempregados (-2,8 pp) e Recrutadores (-0,6 pp) se tornaram mais pessimistas, enquanto Empregados registraram alta de +0,8 pp.

O público menos pessimista, tanto para o presente quanto para o futuro, foi o dos profissionais empregados. Segundo os entrevistados, atualmente 60% deles se sentem seguros quanto à manutenção dos seus empregos, o que representa um aumento de 4 pp em relação ao último período avaliado.

Um ponto positivo é que, comparado ao mesmo período do ano passado, todas as categorias registraram um ligeiro aumento nos níveis de confiança, tanto ao analisar o presente quanto ao pensar no futuro.

Recrutadores estão divididos

Ao analisar o segundo trimestre do ano, os recrutadores se encontram divididos: metade (50%) não se considera mais empolgada com o que está por vir, enquanto 42% se mostram mais esperançosos e 8% não souberam responder.

Entre os 42% que estão mais empolgados, os principais motivos para o sentimento são:

  • Expectativa de atingir as metas (57%);
  • Projetos sendo desengavetados (53%);
  • Expectativa de estabilidade econômica (37%);
  • Investimentos em tecnologia (32%);
  • Previsão de abertura de novas vagas (25%).

Já entre os 50% que não estão:

  • Imprevisibilidade econômica (83%);
  • Projetos parados (41%);
  • Receio de perder profissionais-chave para outras empresas (33%);
  • Resultados aquém do esperado (33%);
  • Salários pouco competitivos (27%).

Atração de talentos: calcanhar de Aquiles das empresas

De acordo com o ICRH, 23% das empresas afirmam que a intenção de contratar será mais alta nos próximos meses do que é atualmente. Hoje, 18% das companhias dizem que a intenção é alta ou muito alta.

Por outro lado, 81% dos recrutadores sinalizam hoje dificuldades na contratação de profissionais qualificados. Entre os entrevistados, 64% acreditam que o cenário não deve mudar nos próximos seis meses, enquanto 27% dizem que ficará ainda mais desafiador, um aumento de 3 pp em relação ao trimestre anterior.

Questionados sobre as projeções da empresa em realizar demissões, 60% dos recrutadores responderam que elas são baixas. Nos próximos seis meses, 87% acreditam que as intenções se manterão iguais ou ainda menores.

“Para evitar erros na contratação e garantir a captação dos melhores talentos, é fundamental ir além do alinhamento entre perfil e vaga. É preciso ter atenção e respeito às etapas do processo seletivo, cumprir prazos acordados, oferecer feedbacks transparentes e manter uma comunicação clara. Os candidatos estão cada vez mais exigentes em relação a esses pontos, e as empresas competem de maneira mais acirrada por talentos qualificados. Portanto, as estratégias de atração precisam ser bem trabalhadas”, orienta Mantovani.

Na opinião dos profissionais empregados, em um processo seletivo, além do salário, os pontos mais importantes na escolha de uma vaga são:

  • Pacote de benefícios (82%);
  • Possibilidade de equilíbrio entre vida pessoal e profissional (71%);
  • Possibilidade de trabalho remoto ou híbrido (66%);
  • Perspectiva de crescimento (60%);
  • Distância entre a casa e o trabalho (50%).

Taxa de desemprego atinge 3,8% entre qualificados

A taxa de desemprego segue em níveis historicamente baixos, tanto da população em geral quanto dos profissionais qualificados, mesmo com a alta registrada no primeiro trimestre. Após uma sequência de quedas ao longo dos últimos meses, as taxas foram de 7,9% para a população em geral e de 3,8% para a população qualificada.

Os valores abaixo dos 4% para a mão de obra qualificada reforçam que a disputa por bons talentos está acirrada, pois grande parte está empregada. “Oscilamos em um nível próximo ao pleno emprego, ou seja, em linha com àquele no qual quem ativamente busca uma oportunidade e atende às competências exigidas pelo mercado fica pouco tempo desempregado”, comenta o diretor-geral da Robert Half.

Projetos especializados são valorizados por desempregados

No processo de reflexão acerca dos próximos seis meses, 35% dos desempregados acreditam que a probabilidade de assumir um novo emprego será mais alta. Sob outra perspectiva, 33% estão pouco otimistas quanto às suas chances de recolocação no mercado de trabalho.

A modalidade de contratação por projetos com tempo determinado é uma opção bastante visada pelos profissionais. Segundo os entrevistados, 87% estariam dispostos a aceitar uma proposta de trabalho para um projeto especializado.

“Em um mercado de trabalho que valoriza a qualificação, se destacar exige dedicação constante e um olhar de longo prazo. Nesse contexto, é fundamental investir no aprimoramento contínuo de capacidades, estar engajado em redes profissionais e cultivar tanto as hard skills quanto as soft skills”, conclui Fernando Mantovani.

A 28ª edição do ICRH é resultado de uma sondagem conduzida pela Robert Half ao longo do mês de maio, com base na percepção de 1.161 profissionais, igualmente divididos em três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas ou que têm participação no preenchimento das vagas); profissionais qualificados empregados; e profissionais qualificados desempregados (com 25 anos ou mais e formação superior).

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